À   Serviço    da   VIDA   e em    todo o seu    desenvolvimento!!!

Frase da Semana

"Não é verdade que quem ama a cruz como Cristo lhe ordenou, encontra a dor. Aquele que se lança, generosamente, entre seus duros braços, encontra na verdade o amor, encontra Deus"
Chiara Lubich
NOTÍCIAS

Congresso Gens....

O Congresso Nacional Gens será em 2010, de 11 à 15 de Janeiro na Mariápolis Ginetta, todos os semináristas estão convidados para esta experiência....

Não perca tempo.... Venha!

domingo, 24 de maio de 2009

Anjos e Demônios? Galileu? Vamos refletir um pouco!!!

Galileu não esteve preso nem morreu na fogueira
Entrevista com Dom Melchor Sánchez de Toca
Subsecretário do Conselho Pontifício para a Cultura

Por Carmen Elena Villa

ROMA, domingo, 24 de maio de 2009 (ZENIT.org).-

A Organização das Nações Unidas declarou 2009 como o Ano da Astronomia, devido à comemoração do 4º centenário do nascimento do telescópio por obra de Galileu. Por que alguns organismos da Santa Sé se unem a esta celebração, se condenaram o famoso astrônomo?
Por este motivo, Galileu Galilei é visto hoje como um “santo leigo”, como um “mártir da ciência” e a Igreja, como a “grande inquisidora” deste gênio da astronomia.
O caso de Galileu é mencionado também no livro “Anjos e Demônios”, de Dan Brown, cujo filme foi lançado mundialmente no dia 13 de maio passado.
Zenit falou com Dom Melchor Sánchez de Toca, subsecretário do Conselho Pontifício para a Cultura e co-autor do livro “Galileu e o Vaticano”, sobre aqueles mitos, assim como as verdades históricas do juízo que a Igreja realizou a este controvertido personagem.


– Falemos um pouco das lendas negras de Galileu...
– Dom Sánchez de Toca: Em 9 de maio passado, eu estava dando uma conferência sobre Galileu em Toledo, Espanha, a um auditório formado principalmente por seminaristas e pesquisadores católicos, e comecei dizendo-lhes que muitos se surpreendem ao saber que Galileu não foi queimado na fogueira e nem foi torturado, nem esteve na prisão. Ao terminar a conferência, um dos assistentes me disse: “eu sou um desses, eu sempre pensei que Galileu havia morrido na fogueira”.
O curioso do caso é que na realidade ninguém o disse e nem provavelmente o tenha lido. Simplesmente é o que ele imaginava. Isso demonstra a força tão grande que tem o mito que se construiu em torno de Galileu. Como dizia João Paulo II, a verdade histórica dos fatos está muito longe da imagem que se criou posteriormente em torno de Galileu. Todo o mundo está convencido de que Galileu foi maltratado, condenado, torturado, declarado herege, mas não é assim.
Para dar um exemplo muito recente, o livro de Dan Brown, “Anjos e Demônios”, tem um pequeno diálogo a propósito de Galileu, a quem apresenta como um membro da seita dos Illuminati e contém um monte de erros históricos junto a outras coisas que são corretas.


– Podemos falar desses erros históricos de “Anjos e Demônios” com respeito relação ao tema de Galileu?
– Dom Sánchez de Toca: Na realidade, o livro se refere a estereótipos que estão muito difundidos. O problema de fundo deste livro é a mistura de ideias filosóficas e científicas. A trama vem a dizer que o professor e sacerdote Leonardo Vetra é assassinado por uma seita porque descobriu o modo de tornar compatíveis a fé e a ciência; mais ainda, diz que a física é o verdadeiro caminho para Deus. Estas são ideias que se difundem muito, porque conseguiu, no laboratório, criar matéria do nada. Isso é um absurdo, filosoficamente falando. Fisicamente é impossível o que propõe, porque do nada não sai nada. Pode-se criar matéria a partir do vazio, mas o vazio não é o nada, o vazio é, enquanto o nada não é. É um princípio filosófico elementar.
Esta tese diz que a física representa um caminho melhor e mais seguro para chegar a Deus. Logo, com relação a Galileu, concretamente, apresenta o estereótipo habitual, segundo o qual ele foi condenado por ter demonstrado o movimento da terra.
Galileu dizia, e nisso estavam de acordo seus juízes, que não pode haver contradição entre o livro da Bíblia e o livro da natureza, porque um e outro procedem do mesmo autor. O livro da Bíblia, inspirado por Deus, e a natureza, observante executora de suas ordens. Se têm o mesmo autor, não pode haver contradição. Quando surge uma aparente contradição, significa que estamos lendo mal um dos dois livros e ele diz: é mais provável que sejamos nós que nos equivoquemos ao ler o livro da Bíblia – porque o sentido das palavras da Bíblia às vezes é recôndito e é preciso trabalhar para extraí-lo – que equivocar-se ao ler o livro da natureza, porque a natureza não se equivoca.
Uma verdade natural, cientificamente demonstrada, tem uma força maior que a interpretação que eu dou do livro da Bíblia. Portanto, diz ele, em presença de uma verdade científica demonstrada, terei de corrigir o modo de interpretar a Bíblia. A Bíblia não se equivoca, mas quem a interpreta se equivoca. Um critério claro compartilhado por seus juízes e por todo o mundo.
O Concílio de Trento, por outro lado, dizia que, na leitura da Bíblia, era preciso seguir a interpretação literal da Bíblia e o consenso unânime dos Padres da Igreja, a menos que houvesse uma verdade demonstrada que nos permitisse fazer uma leitura espiritual ou alegórica. O critério era muito claro: o que ocorre é que Galileu pensou que estava a ponto de conseguir a demonstração do movimento da terra. Uma coisa é estar convencido de que a terra se move e outra coisa é demonstrar que a terra se move. Galileu nunca demonstrou que a terra se movia. Estava convencido disso e hoje sabemos que tinha razão, mas seus juízes lhe diziam que não viam por que tinham de mudar o modo de interpretar a Bíblia, sobretudo quando o bom senso diz o contrário, sem uma prova definitiva. Os juízes de Galileu adotaram uma posição de prudência. Galileu foi além. Qual foi o erro dos juízes de Galileu? Deveriam ter se abstido de condená-lo.

– Como foi, na verdade, o julgamento de Galileu?
– Dom Sánchez de Toca: Fundamentalmente, Galileu foi processado em 1633 por ter violado uma disposição que lhe foi feita em 1616. A disposição de 1616, que Galileu não cumpriu, proibia-o de ensinar o copernicanismo, ou seja, a doutrina que diz que o sol está no centro e a terra se move ao redor dele.
Galileu pensou que a proibição não era tão rígida, sobretudo depois da eleição do Papa Urbano VIII, e publicou um livro no qual, sob a aparência de um diálogo no qual se expõem os argumentos a favor e contra, tanto do sistema ptolomaico como do copernicano, na realidade se escondia uma apologia declarada do sistema copernicano. Não só isto, era já fraudulentamente o imprimatur, enganou a quem o concedeu dizendo que era uma exposição imparcial, mas não era nada imparcial. Por este motivo foi acusado e, portanto, submetido a processos, ou seja, submetido a um processo disciplinar.
Galileu nunca foi condenado como herege, nem tampouco o copernicanismo foi declarado como herético. Simplesmente foi declarado contrário à Escritura porque sobre a base das provas que existiam então não era possível demonstrar o movimento da terra e, portanto, dizer que a terra se movia parecia ir contra a Escritura. Foi muito significativo que em 1616 um grupo de especialistas declarasse que a doutrina segundo a qual a terra se move ao redor do sol era absurda e isso se entende perfeitamente no contexto da época, porque não se podia demonstrar e o bom senso dizia que o sol se põe e sai.
Sem uma física como a de Newton, sem uma prova ótica como o movimento da terra, a coisa parecia absurda.
Nós crescemos desde pequenos vendo modelos e imagens do sistema solar, mas o fato é que ninguém viu a terra mover-se ao redor do sol, nem sequer um astronauta. Temos provas óticas do movimento da terra, mas ninguém viu a terra mover-se. Por isso nos parece que a atitude dos que condenaram Galileu é exagerada, mas na realidade responde a uma lógica.

– E responde não somente ao que a Igreja pensava, mas a sociedade em geral...
– Dom Sánchez de Toca: Naturalmente. O copernicanismo encontrou uma grande oposição, principalmente nas universidades. Teve uma aceitação muito gradual e a oposição não foi só na Igreja Católica. Também as igrejas protestantes se opuseram a Copérnico. E ainda, em 1670, a universidade de Upsala, na Suécia, condenou um estudante porque havia defendido as teses copernicanas.

– Quais foram os erros que a Igreja cometeu em seu julgamento a Galileu? O que se concluiu no trabalho feito pela comissão que João Paulo II criou em 1981 para estudar o caso de Galileu?
– Dom Sánchez de Toca: Quem expressou muito bem isso foi o cardeal Paul Poupard no discurso ao finalizar o trabalho desta comissão, quando, com estas palavras – que no discurso parecem sublinhadas – destacou seu julgamento sobre o que aconteceu: “Naquela conjuntura histórico-cultural, a de Galileu, muito afastada da nossa, os juízes de Galileu, incapazes de dissociar a fé de uma cosmologia milenar, acreditaram que adotar a revolução copernicana, que por demais não estava ainda aprovada definitivamente, podia quebrar a tradição católica e que era seu dever proibir o ensinamento”.
“Este erro subjetivo de juízo, tão claro hoje para nós, conduziu-os a uma medida disciplinar por causa da qual Galileu deve ter sofrido muito. É preciso reconhecer estes erros tal como o Santo Padre pediu.”
Os juízes de Galileu se equivocaram não somente porque hoje sabemos que a terra se move, mas naquele tempo não era possível saber. Por outro lado, a história da humanidade esteve cheia de loucos que afirmavam coisas surpreendentes e depois se revelaram falsas, hoje ninguém se lembra de seus nomes. Se Galileu tivesse proposto uma teoria diferente, hoje ninguém se lembraria dele. Este foi o primeiro erro objetivo.
O cardeal Poupard também fala de um erro subjetivo. Qual foi? Creram que deveriam proibir um ensino científico por temor às suas consequências. Pensaram que permitir o ensinamento de uma doutrina científica que não estava aprovada podia colcoar em perigo o edifício da fé católica e sobretudo a fé das pessoas simples. E creram que era seu dever proibir este ensinamento.
Hoje sabemos que proibir o ensinamento de uma doutrina científica é um erro. Não cabe à Igreja dizer se está provada cientificamente ou não. Corresponde à ciência. O que Galileu pedia é que a Igreja não condenasse o copernicanismo, não tanto por medo à sua própria carreira profissional, mas porque depois, caso se demonstrasse que a terra se movia ao redor do sol, a Igreja se veria em uma situação muito difícil e faria o ridículo diante dos protestantes e Galileu queria evitar isto, porque era um homem católico sincero. E dizia também: “Se hoje se condena como herética uma doutrina científica como a que a terra se move ao redor do sol., o que acontecerá no dia em que a terra demonstrar que se move ao redor do sol? Será preciso declarar heréticos então os que sustentam que a terra está no centro?”. Isso é o que estava em jogo, é muito mais complexo do que se costuma dizer.

– Em que consistiu o castigo de Galileu?
– Dom Sánchez de Toca: Disseram que Galileu havia sido veementemente suspeito de heresia, mas não o declararam herege. Pediram-lhe que abjurasse para dissipar toda dúvida. Galileu abjurou. Disse que ele não havia defendido nem defendeu o copernicanismo. Condenou-se ao índice de livros proibidos sua obra “O diálogo”, foi-lhe imposta uma penitência saudável, que consistia em recitar uma vez na semana os sete salmos penitenciais. Sua filha se ofereceu para fazê-lo no lugar dele, e isso foi o mais humilhante, deveriam enviar uma cópia da sentença e da abjuração a todas as nunciaturas da Europa. Foi condenado à prisão de regime domiciliar. Ou seja, digamos que a condenação objetivamente não foi muito grande. Não esteve na prisão nem um só momento, em atenção à sua fama, à sua idade e à consideração que tinha; foi tratado sempre com grande admiração.

– Quem começou a difundir a lenda negra de que Galileu foi queimado na fogueira?
– Dom Sánchez de Toca: Isso é o bom, ninguém o disse, mas todo mundo acredita. Provavelmente porque se sobrepõem as imagens de Galileu e de Giordano Bruno. Em todo caso, o mito de Galileu nasce com o Iluminismo, que converteu Galileu em uma espécie de promotor do livre pensamento contra o obscurantismo da Igreja, um mártir da ciência e do progresso.
Galileu, na realidade, e isto é o que surpreende muitos, não só não foi queimado nem torturado, mas também foi católico e foi crente a vida toda. Não há nele o mínimo rastro de livre pensador. Não foi um católico exemplar, é verdade, e há momentos de sua vida pouco edificantes, mas em nenhum momento renega sua pertença à Igreja.
Ele o diz, exagerando como faz sempre, em uma carta a um nobre francês: “Outros podem ter falado mais piamente e mais doutamente, mas nenhum mais cheio de zelo pela honra e a reputação da Santa Mãe Igreja do que escrevi eu”. É exagerado, mas, em todo caso, demonstra que é verdade.

– Ele teve duas filhas monjas?
– Dom Sánchez de Toca: Teve três filhos, duas mulheres. Quando mudou-se de Pádua à corte de Toscana, colocou-as em um convento para o qual teve que pedir dispensa, porque eram muito jovens. De uma delas, Irmã Maria Celeste, conserva-se a correspondência entre pai e filha, que é verdadeiramente admirável. Ela era uma mulher extraordinária, muito inteligente, de uma grande perspicácia, grande escritora e há um livro que se baseia no epistolário entre a Irmã Maria e o pai.

– Fale-nos sobre seu livro “Galileu e o Vaticano”, cuja edição italiana foi publicada recentemente...
– Dom Sánchez de Toca: Esta investigação não trata exatamente sobre o caso Galileu, mas sobre o modo em que a comissão que João Paulo II criou releu o caso Galileu, porque se o caso Galileu é uma telenovela, como dizia Dom Mariano Artigas, em um sentido literário – segundo o dicionário, uma telenovela é, além de uma novela longa e melodramática, uma “história” real com caracteres de telenovela, ou seja, insólita, lacrimogênia e sumamente longa –, o termo se contagia também à comissão que João Paulo II instituiu entre 1981 e 1992, à qual fizeram críticas muito fortes. Dizem que não esteve à altura do desejo de João Paulo II, que os discursos de encerramento do cardeal Poupard e do Papa foram deficientes e muito fracos, que a Igreja não fez realmente o que devia ter feito. Com o professor Artigas, o outro autor do livro, que morreu em 2006, o que fizemos foi estudar toda a documentação que há nos arquivos. Ver exatamente o que fez e como fez esta comissão.
Nossa opinião é que faltavam elementos desde o princípio. Faltaram meios, boa vontade, mas, apesar de tudo, fez um bom trabalho, permitiu a abertura dos arquivos do Santo Ofício e demonstrar que na realidade não há documentos escondidos. Foram publicadas obras de referência importantes e creio que isto permitiu à Igreja fazer uma espécie de exame de consciência. Reler o caso de Galileu com outra luz. Não descobrir coisas novas, porque isso é difícil, e fazer que a Igreja em seu conjunto olhe serenamente para o caso Galileu sem rancor, sem medo.

– Por que crê que o tema de Galileu irrita tanto a opinião pública, até o ponto de que os professores da Universidade da Sapienza tenham negado ao Papa Bento XVI a entrada no ano passado, por tê-lo citado em um discurso que pronunciou em 1990?
– Dom Sánchez de Toca: Porque há quem esteja interessado em continuar fazendo de Galileu uma espécie de “santo leigo”, leigo em sentido anticristão. Mas, na realidade, foi um homem de Igreja, ainda com todas as suas deficiências. Recordo que um arcebispo de Pisa, que foi astrônomo, quis colocar, há anos, na praça dos milagres, a mais famosa, onde está a torre, uma estátua dedicada a Galileu. A prefeitura não o permitiu porque queria continuar mantendo a exclusiva sobre a imagem de Galileu, como se fosse alguém que não pertence à Igreja, mas ao mundo chamado leigo.
Por isso, cada vez que por parte da Igreja alguém cita Galileu, há uma reação de “alergia instintiva” nestes ambientes de pseudociência, que dizem: “Como vocês se atrevem a falar de Galileu, vocês que queimaram Galileu?”.

– Por que o Conselho Pontifício para a Cultura tem uma imagem de Galileu em sua biblioteca?
– Dom Sánchez de Toca: Precisamente porque Galileu é um modelo de cientista crente. Ele investiga o céu, descobre coisas novas e procura integrar seus novos conhecimentos dentro de uma visão cristã. Esforça-se por demonstrar que não há contradição com a Escritura, com a Bíblia. O que acontece é que o fez com todo o entusiasmo transbordante que irritava muito os outros. Sem ser teólogo, ele se metia em um campo que era reservado exclusivamente aos teólogos. Na contra-reforma, que um leigo, sem ter estudos de teologia, se atrevesse a interpretar a Bíblia por sua conta, ainda que fosse em sintonia com a tradição católica, despertava imediatamente suspeitas.

– Você se referiu às condutas pouco exemplares de Galileu...
– Dom Sánchez de Toca: Não é nenhum mistério que Galileu não tenha sido nenhum santo. Há alguns que, reivindicando o caráter de cientista crente, chegam a pedir inclusive sua beatificação. É demais... Galileu esteve convivendo sem estar casado com Marina Gamba, em Pádua, de quem teve três filhos. Isso não era especialmente escandaloso, mas tampouco era bem visto.
Por outra parte, tinha um temperamento forte, como os grandes gênios em geral. Tinha uma língua terrível. Foi imprudente, enfrentou a Companhia de Jesus, apesar de que os jesuítas o acolheram em Roma e avalizaram seus descobrimentos, quando era um perfeito desconhecido. Foi um pouco presunçoso, vaidoso, com grande ego. São defeitos que qualquer um pode ter e que não eliminam nada da genialidade de Galileu.

quarta-feira, 20 de maio de 2009


Mostra-me, porque isso me basta!


Senhor, mostra-nos o Pai” (Jo 14,8)


Preciso, quero e necessito...admirar, ver, sentir que estás aqui comigo,
Às vezes tudo parece escuro...incertezas rondam, como seguir?
Por isso peço, e porque preciso. Mostra-me o Pai!
E isso me basta, e isso me basta!
Basta-me olhar.
Basta-me sentir. Mas não sinto...
Basta-me que este vazio seja preenchido.
Mostra-me e isso me basta.
E isso me basta!

sábado, 21 de fevereiro de 2009


Corremos o risco de determinar o homem por seu Genoma Humano

Fala o Dr. Manuel Santos, professor de genética da Universidade Católica do Chile

Por Carmen Elena Villa

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O sonho da perfeição humana «é algo sobre o que milhares de filósofos e cientistas falaram». Contudo, «quando o homem centra sua atenção na ciência, cai em uma visão reduzida da mesma».
Assim expressou esta manhã o Dr. Manuel Santos, que apresentou a conferência denominada «A melhoria do indivíduo e da espécie», dentro do congresso «As novas fronteiras da genética e o risco da eugenia», que aconteceu na Nova Sala do Sínodo, na Cidade do Vaticano, organizado pela Pontifícia Academia para a Vida.

Em junho de 2000, o mundo científico deu a conhecer que a informação contida no DNA havia sido decodificada, o que atualmente permitiu conhecer que doenças genéticas hereditárias uma pessoa pode sofrer, para tratá-las a tempo. O genoma humano pode detectar para cada pessoa o funcionamento, o metabolismo, a resistência a infecções e outras doenças.

O professor Santos, docente de genética da Pontifícia Universidade Católica de Santiago do Chile, falou com Zenit sobre as fronteiras que a medicina teve durante quase uma década na decodificação do genoma humano.

– Quais são as implicações biológicas da descoberta do genoma humano para o mundo científico?
– Manuel Santos: A informação que temos hoje em dia sobre o genoma nos permite conhecer muito acerca das condições genéticas que os seres humanos têm. Ajuda-nos a saber algumas características normais que temos, mas também as patologias, as doenças. Contudo, com este conhecimento do genoma existe o perigo do que em ética se chama «reducionismo», ou seja, pensar que tudo reside nos genes. Estes não envolvem a parte espiritual ou filosófica que temos como seres humanos. Não é trabalho da genética.

– Como argumentar que nem toda a informação do ser humano radica nos genes?
– Manuel Santos: Os seres humanos têm uma natureza que é muito mais complexa que a parte biológica e, de repente, com todo este impacto que o genoma teve, as pessoas querem inclusive encontrar fatores genéticos do espírito ou da alma, que é de uma natureza diferente; a ciência, por definição, é de um caráter reducionista, não vê a totalidade do ser humano, vê apenas a parte biológica. O genoma, logicamente ajudará a entender esta parte, mas não necessariamente entenderá toda a natureza complexa dos seres humanos.

Há duas variações, que são a interação e o efeito do ambiente. Por exemplo, se uma criança nasce sem braços, não necessariamente por um problema genético, mas porque sua mãe durante a gravidez tomou um medicamento que afetou o feto, isso não é um problema genético. É um problema do ambiente. Também há mutações genéticas que têm vantagens seletivas, e que faz que certas doenças hereditárias não se desenvolvam nunca. Vemos assim que cada genoma pode se comportar de maneira diferente.

– Como você vê a nova situação da medicina e os novos desafios no século XXI, uma década depois da descoberta do genoma humano?
– Manuel Santos: A medicina mudou. Hoje existe o que se chama a medicina genômica. Foi útil conhecer que há genes que predispõem a uma enfermidade como a hipertensão, a doença coronária, os infartos, entre outras. Quando se conhece em etapas precoces da vida que a pessoa é suscetível a isso, pode-se desenhar-lhe um plano de vida para que esses genes não se manifestem com fatores ambientais. Por exemplo, uma pessoa que está predisposta à hipertensão, essa pessoa deve ter uma dieta especial, com pouco sal e sem colesterol. Ao conhecer a constituição genética dessa pessoa, desenvolve-se a medicina avançada com medicamentos especializados para cada paciente.

– Quais são as implicações que se podem dar pelo fato de separar a visão biológica da espiritual no ser humano?
– Manuel Santos: «Esse é o grande problema que vivemos no século atual. A ciência teve tanto impacto, que as pessoas se maravilham e pensam que a ciência vai resolver tudo e essa é uma maneira reducionista de ver a realidade. Efetivamente, a ciência é uma forma de ver a realidade, mas não é a única. Ajuda a dar-se conta dos fenômenos biológicos, mas a parte filosófica não é território da ciência. Em meu país, sempre me perguntaram onde está o gene da alma e do espírito. É impossível determiná-lo, porque esse é outro território, a genética explica outras coisas. Logicamente, devemos viver em uma sociedade tolerante, com múltiplas visões do mundo. Os católicos têm uma visão que devem compartilhar com pessoas que pensam que a espiritualidade vai por outro caminho.

– Você, como cientista, acredita que deve promover a visão integral do ser humano em seu campo?
– Manuel Santos: Eu não tenho medo dos debates. Tive que ir a algumas sessões do Parlamento de meu país, para debater sobre uma lei do genoma humano que se acaba de aprovar, onde há pessoas absolutamente reducionistas no campo científico. Mas é preciso ser honesto e dizer que a visão biologista do ser humano se reduz e a dimensão espiritual do ser humano deve ser levada em conta. Não obstante, algumas pessoas têm fé para ver, outras não a têm, e temos que respeitá-las porque todos nós vivemos neste mundo.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Seis Perigos

1. A rotina. Nada pior para um casal, um sacerdote, uma liderança, uma autoridade a rotina. E por quê? Porque envelhece e mata a vida, impede a esperança e a criatividade. A pessoa rotineira abraça a mesmice, o conformismo, a facilidade e a indiferença. Tudo se torna sem sentido e sem valor, sem interioridade. É o pecado capital da preguiça. A rotina torna a vida sem graça, monótona, sem expectativa de melhora e de transformação. A rotina é a morte do cotidiano, o desprezo dos valores e das maravilhas. É um caminho destrutivo.

2. A mediocridade. Precisamos sempre buscar “ser mais”, desejar ser melhores do que somos, corrigir nossos defeitos e transformar a realidade. A mediocridade frustra tudo isso. Prefere-se o efêmero, a meia-ciência, a vida soft e light. A pessoa medíocre não quer saber de estudo, da participação, de transformação. Vive na alienação, contenta-se com o menos, não quer compromisso. Faz um “pacto com mediocridade”, isto é, com uma vida sem sacrifício, sem lutas, sem responsabilidade com muita indiferença e desinteresse. A pessoa medíocre é inimiga da disciplina e do sacrifício, gosta de gabar-se de seus pecados e de criticar e diminuir os outros. Desposa a superficialidade.
Podemos curar a mediocridade com a força de vontade, buscando convicções e conversão.

3. As omissões. Pecamos mais por omissão que por ação. Omissão é deixar de fazer o que devemos e podemos, como também, fazer mal o que podemos fazer de um modo bem melhor. A omissão é escape, fuga, desinteresse, irresponsabilidade. O mundo seria outro, se não fôssemos omissos e acomodados.
Podemos vencer as omissões adquirindo o senso de justiça, a sensibilidade pelos outros, a compaixão pelo irmão e principalmente a autenticidade. Existimos para ajudar o outro a “ser mais e melhor”.

4. O apego. A raiz do sofrimento moral é o apego. Nossas brigas, ciúmes, discórdias, divisões são frutos do apego. Quem é apegado vive numa prisão. É escravo da dependência. Não tem liberdade interior. Não é capaz de discernimento. O apego nos impele à posse dos outros, das coisas e de nós mesmos. Isso gera muito sofrimento porque precisamos defender nossos apegos. Quando perdemos o objeto do apego ficamos raivosos, tristes, decepcionados, porque somos escravos, dependentes, condicionados pelo apego.
O único caminho de libertar-se do apego, é abandonar o objeto de apego, cuja recompensa é a liberdade interior que significa, sermos livres do mal, para nos tornamos livres para a prática do bem. Vencemos o apego pela consciência do seu negativismo.

5. A preocupação. Ocupação sim, preocupação não. A preocupação antecipa problemas, aumenta as dificuldades, desgasta as pessoas e não resolve nenhum problema. O que resolve é a ocupação. Além de prejudicar a saúde, a preocupação dificulta a convivência, alimenta o negativismo, o stress, e agressividade. Resolvemos o problema da preocupação com a fé na Providencia Divina, com a previsão das soluções, com o bom senso e o discernimento. Mais solução, menos preocupação.

6. A idolatria. É tudo o que colocamos no lugar de Deus e endeusamos. Os grandes ídolos hoje são o poder, o prazer, o ter desordenados. No lugar de Deus, fabricamos deuses falsos, enganadores, opressores que são absolutizados como: sexo, drogas, bebidas, dinheiro, aparência, prestigio. Nossos ídolos são adorados, exaltados, divinizados e por isso mesmo nos escravizam. Há ídolos pequenos e grandes. Todo ídolo é falso, enganador, escravizador. Quem adora o Deus vivo e verdadeiro, obedece o mandamento do amor a Deus, busca crescer na fé, livra-se dos ídolos. Adorar em espírito e verdade, é o ensinamento de Jesus.
Fonte: www.cnbb.org.br

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009



CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2009

Fraternidade e Segurança Pública. Esse será o tema da Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2009. A decisão foi tomada na segunda-feira (18/06), após uma reunião da entidade que considerou a segurança uma necessidade atual da sociedade.

Ainda na segunda-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, se encontrou com o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, a quem entregou uma carta explicando as ações que o governo pretende adotar por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). No documento, o ministro destaca o engajamento histórico da CNBB com movimentos que marcaram a história do Brasil. "Solicitamos que a CNBB examine a possibilidade de se associar a uma visão de luta contra a violência e pela segurança cidadã", disse Genro.

Na ocasião, o ministro ressaltou que a entidade da Igreja Católica foi procurada por sua importância nas orientações relativas aos grandes temas nacionais. Já Dom Geraldo explicou que a principal preocupação da igreja não é unicamente com a violência, mas com o "outro lado da medalha", ou seja, a segurança. O prelado ressaltou que a CNBB já tratou a questão da violência na Campanha da Fraternidade de 1983, que teve o tema "Fraternidade e Violência" e o lema: "Fraternidade, sim. Violência, não".

O Secretário Executivo da Campanha da Fraternidade, padre José Carlos Dias Toffoli, ressalta a importância do tema e explica que "os bispos procuram, para serem tratados nas Campanhas, temas que preocupam a sociedade". Padre Toffoli explicou que os temas são escolhidos de acordo com as necessidades atuais da população. Em 2006, o tema foi a importância e o cuidado com a água e, este ano, o destaque foi para a preservação da Amazônia.

Campanha

A Campanha da Fraternidade (CF), realizada todos os anos pela CNBB, teve início em 1964 com temas que diziam respeito apenas à Igreja. A partir de 1973, a CF começou a mostrar uma maior preocupação com a realidade social do povo brasileiro e os temas começaram a dar destaque a promoção da Justiça e a situações existenciais do povo brasileiro como a realidade sócio-econômico-política, marcada pela injustiça, pela exclusão e por altos índices de miséria.

De acordo com o Padre Toffoli, uma das motivações para que o tema da CF de 2009 seja a Segurança Pública foram os constantes pedidos feitos pela Pastoral Carcerária, organismo pertencente à CNBB que cuida da evangelização em unidades prisionais de todo o país. Além da Pastoral Carcerária, as dioceses e as regionais da Conferência por todo o país também solicitaram a adoção desse tema.

A CNBB está atenta aos temas que afligem a sociedade brasileira e já adotou, em campanhas anteriores, temas como "A Fraternidade e o Menor", em 1987 e "A Fraternidade e os Encarcerados", em 1997.


sábado, 17 de janeiro de 2009


A Grã-Bretanha se prepara para celebrar em 2009 o bicentenário do cientista e biólogo britânico Charles Darwin (1809-1882). A primeira comemoração acontece em 12 de fevereiro, dia de nascimento do pesquisador inglês, e em novembro se completam 150 anos da publicação de "A Origem das Espécies" (1859), obra que lançou as bases da moderna teoria da evolução. O programa de comemorações incluirá atos especiais, leituras, projeções de filmes e conferências em museus, universidades, escolas, teatros e salas de baile. Também será inaugurada uma exposição permanente na casa de Charles Darwin. "No ano que vem haverá uma grande quantidade de eventos no país. As organizações vinculadas com as comemorações vão desde museus e centros de pesquisa, até teatro e companhias de dança", afirmou o porta-voz do Museu de Ciências Naturais.

Fonte: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_8/2008/12/29/em_noticia_interna,id_sessao=8&id_noticia=93724/em_noticia_interna.shtml

No entanto, o que Darwin fez tanto? Ele é o cientista que deu o maior passo para a idéia de Evolução, que já era dita por Spencer e, o impulso necessário para os estudos da Biologia Moderna, centrada na genética e descoberta do DNA.

Portanto, Darwin deve ser visto como "o Kara" ou com um olhar científico, perceber o quanto a sua ideologia influenciou no hitlerismo (nazismo), que acabou com tantas pessoas, visando chegar à uma raça sem defeitos, ao topo da evolução?

Hoje, podemos fazer uma análise crítica dos fatos históricos. Os dados biológicos de Darwin são incríveis e são hipóteses também, não a suma verdade.

Mas, os estudos de Darwin que desembocaram em uma hegemonia alemã, podem estar hoje relacionados a um Darwinismo Social que aprisiona e acaba com a dignidade humana dos que sofrem e estão à margem?


Para Refletir...